Quinto
palco da Copa das Confederações a ser entregue, o Estádio Nacional Mané
Garrincha passou no teste da inauguração, mas com ressalvas. Neste sábado, a
nova arena da capital federal recebeu cerca de 20 mil pessoas para a decisão do
campeonato candango (Brasiliense 3 x 0 Brasília), e o resultado apresentou mais
acertos do que erros.
Há
vários problemas a serem corrigidos, e o principal deles é o acesso ao estádio.
Apesar de o trânsito de Brasília geralmente ser tranquilo nos fins de semana, o
entorno da arena viveu um dia de muitos transtornos. As principais vias de
acesso ao Mané Garrincha foram fechadas num teste de operação visando à Copa
das Confederações. No entanto, o resultado foi a formação de grandes
congestionamentos nas avenidas mais próximas.
Entre
acertos e erros, estádio sobreviveu ao seu primeiro evento-teste (Foto: Marcelo
Baltar)
Sem
poder parar os carros no entorno, os brasilienses também tiveram de andar
bastante para chegar ao estádio. Ennquanto isso, o enorme estacionamento
encontrava-se vazio. O governo colocou alguns coletivos para transportar o
público, dos locais indicados para os veículos, até uma área mais próxima do
estádio. No entanto, houve reclamações do serviço.
–
Chegamos atrasados porque tivemos que andar três quilômetros para chegar. E não
vi ônibus nenhum para nos trazer até aqui perto. Muito desorganizado –
protestou o bombeiro Edson Alves.
O
secretário extaordinário da Copa no DF, Cláudio Monteiro, admitiu o problema e
prometeu ajustes para o próximo jogo.
– Foi
uma das dificuldades que enfrentamos. Para o jogo do próximo domingo vamos
tentar diminuir esse raio interditado – garantiu ele, referindo-se ao duelo
Santos x Flamengo. A estreia das equipes no Brasileirão 2013 será o segundo
evento-teste. – Mas para a Copa das Confederações terá de ser este esquema, uma
vez que é exigência da Fifa.
A
entrada dos torcedores no estádio foi razoavelmente tranquila. Com um público
reduzido (apenas as arquibancadas inferiores e alguns camarotes foram
liberados), não houve tumulto. Quem chegou cedo não teve grandes problemas. No
entanto, quem só conseguiu chegar perto do horário do jogo perdeu parte do
primeiro tempo de partida. Os motivos: filas para revista e passagem nas
catracas.
Área
interna agrada
Dentro
da arena, quase tudo funcionou bem. Voluntários da Fifa e funcionários do
governo do Distrito Federal procuravam o tempo todo orientar os torcedores que
buscavam seus lugares. Muita gente respeitou a numeração das cadeiras, mas
houve exceções.
– Hoje
não tem essa de lugar marcado – gritou um torcedor, ao ser repreendido por um
voluntário.
A
acessibilidade também foi aprovada, mas apenas no interior do estádio, que
contava com rampas e espaços reservados para cadeirantes e acompanhantes.
– Aqui
dentro foi tranquilo. Usamos rampas e elevador. Também gostei do espaço
adaptado. Podemos ficar junto com os outros torcedores. Mas do lado de fora,
ainda há muitas dificuldades e falta de informação – avaliou a arquiteta
Tassiana Casagrande, que usa cadeira de rodas.
Cerca de
20 mil pessoas estiveram na partida de inauguração do estádio (Foto: Marcelo
Baltar)
O
serviço de alimentação foi outro ponto elogiável. A circulação de ambulantes
dentro do estádio não foi permitida, mas por todos os cantos era possível ver
vendedores oficiais. Não houve tumulto nos pontos de vendas de bebidas atrás
das arquibancadas e nas lanchonetes. As reclamações ficavam por conta dos
preços: água (R$ 3), Refrigerante (R$ 4), Cerveja (R$ 5) e pipoca (R$ 5).
– Isso é
a final do Campeonato Candango, ainda não é a Copa do Mundo – reclamou um
torcedor.
Também
não houve problemas graves com os banheiros. Alguns ainda apresentaram falhas
no acabamento, falta de água ou espaços alagados, mas a maioria funcionou bem e
permaneceu limpa. Faltou tempo foi para concluir a sinalização, e em alguns
casos os funcionários da limpeza tiveram ficar na porta orientando homens e
mulheres para os locais certos.
Os
espaços reservados para o público Vip também agradaram. Nem todos os 74
camarotes do estádio estavam com mobília completa e acabamento concluído. No
entanto, convidados e autoridades desfrutaram de confortáveis áreas de
circulação e visão privilegiada do campo.
Falhas
no sinal e espaços ainda em obras
Algumas
áreas do Mané Garrincha ainda estão
em obras
(Foto: Marcelo Baltar)
Um ponto
negativo foi a questão dos sinais de internet e telefonia móvel no estádio. Boa
parte da imprensa sofreu sem conexão, enquanto muitos aparelhos de celular
ficaram sem serviço.
–
Trouxemos vários caminhões de operadoras para auxiliar nessa questão de
internet. É difícil. É um ponto que precisa ser melhorado – reconheceu Cláudio
Monteiro.
Algumas
áreas do estádio também continuam claramente em obras. No entorno, era possível
encontrar tapumes e máquinas. Algumas partes internas também continuam
interditadas, aguardando acabamento.
Por
outro lado, o ex-jogador e atual comentarista da "TV Globo" Júnior
elogiou o Mané Garrincha. Segundo ele, foi ótimo trabalhar no estádio.
– Está
muito bonito. Para trabalhar, até agora foi o melhor estádio dos que visitei
para a Copa das Confederações – disse
Júnior, que também já esteve no Mineirão e no Maracanã, mas não na área de
imprensa.
É
preciso melhorar
Entre
erros e acertos, o Mané Garrincha sobreviveu ao primeiro evento-teste. A meta
agora é corrigir o que deu errado para a partida entre Santos e Flamengo, pela
primeira rodada do Campeonato Brasileiro, no próximo domingo. Na ocasião, o
estádio receberá 70 mil pessoas.
– Sou
suspeito para falar, pois sou um pai-coruja. Sei que tivemos algumas falhas,
mas esse foi nosso primeiro teste. Acredito que fomos bem na questão de
serviços, mas o próprio pessoal de apoio teve seu primeiro teste, e vamos
melhorar. E hoje (sábado) tivemos uma singularidade. Foram dois eventos nos
mesmo dia (pela manhã, a presidente Dilma Rousseff participou da inauguração
oficial). Deu muito trabalho para esvaziar todo o estádio e receber um jogo na
parte da tarde – disse o secretário da Secopa-DF, Cláudio Monteiro.
Brasília
terá apenas um jogo na Copa das Confederações. No dia 15 de junho, a cidade
recebe a abertura do torneio: Brasil x Japão. Na Copa do Mundo serão sete
partidas.
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