quarta-feira, 22 de maio de 2013

Mané Garrincha passa no teste, mas apresenta pontos falhos

inauguração Estádio Mané Garrincha (Foto: Marcelo Baltar)Quinto palco da Copa das Confederações a ser entregue, o Estádio Nacional Mané Garrincha passou no teste da inauguração, mas com ressalvas. Neste sábado, a nova arena da capital federal recebeu cerca de 20 mil pessoas para a decisão do campeonato candango (Brasiliense 3 x 0 Brasília), e o resultado apresentou mais acertos do que erros.
Há vários problemas a serem corrigidos, e o principal deles é o acesso ao estádio. Apesar de o trânsito de Brasília geralmente ser tranquilo nos fins de semana, o entorno da arena viveu um dia de muitos transtornos. As principais vias de acesso ao Mané Garrincha foram fechadas num teste de operação visando à Copa das Confederações. No entanto, o resultado foi a formação de grandes congestionamentos nas avenidas mais próximas.

Entre acertos e erros, estádio sobreviveu ao seu primeiro evento-teste (Foto: Marcelo Baltar)
Sem poder parar os carros no entorno, os brasilienses também tiveram de andar bastante para chegar ao estádio. Ennquanto isso, o enorme estacionamento encontrava-se vazio. O governo colocou alguns coletivos para transportar o público, dos locais indicados para os veículos, até uma área mais próxima do estádio. No entanto, houve reclamações do serviço.
– Chegamos atrasados porque tivemos que andar três quilômetros para chegar. E não vi ônibus nenhum para nos trazer até aqui perto. Muito desorganizado – protestou o bombeiro Edson Alves.
O secretário extaordinário da Copa no DF, Cláudio Monteiro, admitiu o problema e prometeu ajustes para o próximo jogo.
– Foi uma das dificuldades que enfrentamos. Para o jogo do próximo domingo vamos tentar diminuir esse raio interditado – garantiu ele, referindo-se ao duelo Santos x Flamengo. A estreia das equipes no Brasileirão 2013 será o segundo evento-teste. – Mas para a Copa das Confederações terá de ser este esquema, uma vez que é exigência da Fifa.
A entrada dos torcedores no estádio foi razoavelmente tranquila. Com um público reduzido (apenas as arquibancadas inferiores e alguns camarotes foram liberados), não houve tumulto. Quem chegou cedo não teve grandes problemas. No entanto, quem só conseguiu chegar perto do horário do jogo perdeu parte do primeiro tempo de partida. Os motivos: filas para revista e passagem nas catracas.
Área interna agrada
Dentro da arena, quase tudo funcionou bem. Voluntários da Fifa e funcionários do governo do Distrito Federal procuravam o tempo todo orientar os torcedores que buscavam seus lugares. Muita gente respeitou a numeração das cadeiras, mas houve exceções.
– Hoje não tem essa de lugar marcado – gritou um torcedor, ao ser repreendido por um voluntário.
A acessibilidade também foi aprovada, mas apenas no interior do estádio, que contava com rampas e espaços reservados para cadeirantes e acompanhantes.
– Aqui dentro foi tranquilo. Usamos rampas e elevador. Também gostei do espaço adaptado. Podemos ficar junto com os outros torcedores. Mas do lado de fora, ainda há muitas dificuldades e falta de informação – avaliou a arquiteta Tassiana Casagrande, que usa cadeira de rodas.

Cerca de 20 mil pessoas estiveram na partida de inauguração do estádio (Foto: Marcelo Baltar)
O serviço de alimentação foi outro ponto elogiável. A circulação de ambulantes dentro do estádio não foi permitida, mas por todos os cantos era possível ver vendedores oficiais. Não houve tumulto nos pontos de vendas de bebidas atrás das arquibancadas e nas lanchonetes. As reclamações ficavam por conta dos preços: água (R$ 3), Refrigerante (R$ 4), Cerveja (R$ 5) e pipoca (R$ 5).
– Isso é a final do Campeonato Candango, ainda não é a Copa do Mundo – reclamou um torcedor.
Também não houve problemas graves com os banheiros. Alguns ainda apresentaram falhas no acabamento, falta de água ou espaços alagados, mas a maioria funcionou bem e permaneceu limpa. Faltou tempo foi para concluir a sinalização, e em alguns casos os funcionários da limpeza tiveram ficar na porta orientando homens e mulheres para os locais certos.
Os espaços reservados para o público Vip também agradaram. Nem todos os 74 camarotes do estádio estavam com mobília completa e acabamento concluído. No entanto, convidados e autoridades desfrutaram de confortáveis áreas de circulação e visão privilegiada do campo.
Falhas no sinal e espaços ainda em obras

Algumas áreas do Mané Garrincha ainda estão
em obras (Foto: Marcelo Baltar)
Um ponto negativo foi a questão dos sinais de internet e telefonia móvel no estádio. Boa parte da imprensa sofreu sem conexão, enquanto muitos aparelhos de celular ficaram sem serviço.
– Trouxemos vários caminhões de operadoras para auxiliar nessa questão de internet. É difícil. É um ponto que precisa ser melhorado – reconheceu Cláudio Monteiro.
Algumas áreas do estádio também continuam claramente em obras. No entorno, era possível encontrar tapumes e máquinas. Algumas partes internas também continuam interditadas, aguardando acabamento.
Por outro lado, o ex-jogador e atual comentarista da "TV Globo" Júnior elogiou o Mané Garrincha. Segundo ele, foi ótimo trabalhar no estádio.
– Está muito bonito. Para trabalhar, até agora foi o melhor estádio dos que visitei para a Copa das Confederações  – disse Júnior, que também já esteve no Mineirão e no Maracanã, mas não na área de imprensa.
É preciso melhorar
Entre erros e acertos, o Mané Garrincha sobreviveu ao primeiro evento-teste. A meta agora é corrigir o que deu errado para a partida entre Santos e Flamengo, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, no próximo domingo. Na ocasião, o estádio receberá 70 mil pessoas.
– Sou suspeito para falar, pois sou um pai-coruja. Sei que tivemos algumas falhas, mas esse foi nosso primeiro teste. Acredito que fomos bem na questão de serviços, mas o próprio pessoal de apoio teve seu primeiro teste, e vamos melhorar. E hoje (sábado) tivemos uma singularidade. Foram dois eventos nos mesmo dia (pela manhã, a presidente Dilma Rousseff participou da inauguração oficial). Deu muito trabalho para esvaziar todo o estádio e receber um jogo na parte da tarde – disse o secretário da Secopa-DF, Cláudio Monteiro.
Brasília terá apenas um jogo na Copa das Confederações. No dia 15 de junho, a cidade recebe a abertura do torneio: Brasil x Japão. Na Copa do Mundo serão sete partidas.

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